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sábado, abril 09, 2005

Ver para crer (e se apaixonar)

Um professor de Marketing vivia dizendo: “Quando o cara deseja algo, ele mesmo (para justificar a escolha) arranja argumentos, por mais absurdos que sejam”. Mas no jogo contra o Cianorte, existem tantas razões que se apaixonar seria, no mínimo, óbvio.

Não foi apenas pelos cinco gols. O Corinthians também mostrou muita (mas muita) garra, desde a reposição de bola (colocar a bola em jogo) até a comemoração dos gols. Inegável.

A torcida esteve fiel até o fim. Milhares de pessoas e uma só vontade. Não importava a classe social, ninguém reclamava do cara da frente, nem ia embora mais cedo. Pareciam velhos amigos ou aqueles companheiros de bar que nunca te viram antes, “mas te consideram pra carai”.

Garra, união, solidariedade e aqueles adjetivos que a gente só vê em livro de auto-ajuda. Mas nesse jogo teve tudo isso. Eu estive lá e vi. Os próprios corintianos nunca tinha visto algo igual. E felizes daqueles que acreditam sem ver.

O ruim está nos outros. Nada revolta mais que ouvir que o jogo foi comprado (e ponto final). É o que argumentam os que não assistiram ao jogo, que menosprezam o gol roubado do adversário (comprovado pela TV), enfim, que preferem não ver para o coração não sentir.

E aí é aquela velha história do professor de Marketing: quando o cara deseja “não ver”, ele mesmo inventa argumentos, por mais absurdos que sejam.

sexta-feira, abril 01, 2005

Música da Redação

Curioso querer escrever algo em pleno 1º de Abril, quando o Papa morreu (ou não) Mas nem pretendo escrever sobre o dia da mentira, e nem sobre a morte do rapaz Com as pernas chacoalhando, tentando tirar toda a agitação causada por um litro de café, escrevo este texto, curtindo apenas o som das teclas O som é forte, parece que vai quebrar o teclado Mas ainda sim, tem ritmo, música, um desejo de continuidade até na tecla “Backspace”

Penso em mil coisas num constante conflito de desejos e saudades Penso na matéria que hoje não está saindo Penso na garota que já não vejo Penso no ruído Ah, esse bendito ruído das teclas que me acompanha há sete anos E, como no violão, vou me aprimorando com a prática

As pernas já estão mexendo menos A respiração, menos aflita E eu, continuo aqui escrevendo, com um leve mal-estar pelo mau gosto (hálito) que o café deixa depois de algum tempo Talvez um Halls preto com água gelada me anime a fazer algo útil – como a matéria que está ao meu lado

Aliás, não é nem matéria É um Tabelão Pesquisa pura Coleta de informações que se transferem para uma página inteira de forma automatizada, sem um pingo de emoção, se é que isso é possível Faço como se estivesse lavando louça ou algum daqueles outros afazeres domésticos que só satisfazem depois de prontos E olhe lá.

Do meu lado, uma pilha de papéis, todos espalhados enquanto eu tentava executar a pesquisa Na lembrança, a imagem da mesa organizada de ontem, quando eu havia acabado de arrumar E o desejo de escrever este texto já começa a morrer como uma espécie de esgotamento Mais até, pelo desejo imenso de algo que tire essa sensação de mal-estar

De mal-estar do café
De mal-estar trabalhando
De mal-estar pensando duas vezes
De mal-estar respirando
De mal-estar olhando para o teclado, que ainda insiste em fazer som a cada batida.
Curioso é que esse som acaba justamente quando aperto o ponto final .

Forasteiros
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