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terça-feira, dezembro 26, 2006

Frases originais de um fim de ano

Por Mário Prata

Publicado no jornal O Estado de São Paulo no dia 29/12/1993.



FELIZ NATAL.

Próspero Ano Novo.

Tudo de bom para você em 94.

Passei na vitrine, olhei, achei a tua cara.

Tinha certeza que era você o meu amigo-secreto.

No ano que vem vou fazer regime.

Imagine, não precisava se preocupar.

Coube direitinho.

Pode trocar, se não servir.

Só isso, pai?

Nossa, como este ano passou rápido.

Não tinha o seu número, infelizmente.

Foi um ano difícil.

Vai ser o ano do tetra.

Deus te ouça.

Saúde pra dar e vender!

Olha só o que eu ganhei.

Nossa, como eles cresceram!

Discurso, discurso!

Não sei como agradecer.

Juro que eu não esperava isso.

No ano que vem vou parar de fumar.

Gente, tou completamente bêbado.

Este peru é Sadia?

Alguém viu o quebra-nozes?

Meu, que ressaca!

Você viu a pobreza do presente que o chefe me deu?

Juro que nunca mais bebo. De estômago vazio

No ano que vem eu passo, mãe.

Esse verão vai ser de matar.

Que horas são? Já?

Alguém viu o meu filho por aí?

Se você não for bonzinho, no ano que vem o Papai Noel não vem.

Quem foi que sentou no bolo?

Onde foi que você comprou esse uísque? Sei não.

Pior que 93 não vai ser.

Quem vai buscar mais cerveja?

O meu presente sumiu! O meu presente sumiu!

O médico disse que você não pode beber, vó.

Quem foi que vomitou na escada?

Isso que é vinho!

Hoje é Natal, conversa com o seu irmão, meu filho.

Vamos rezar agora. Todo mundo de mãos dadas.

Que horas que é a São Silvestre mesmo?

Pior é que. no ano que vem, o Natal e o Ano Novo caem no domingo.

O pessoal tá fumando lá no banheiro de cima.

Alguém tem uma Bic aí?

Me disseram que não foi hoje que Jesus nasceu.

O shopping estava assim de gente.

E os preços, então?

Gente, acabou o uísque.

Estou morrendo de sono.

Quando é que cai o carnaval?

Puxa, não te via desde o ano passado.

As crianças estão passando com a mãe.

Vai pra onde?

Cadê o balde de gelo?

O que eu não agüento são essas musiquinhas.

É melhor você não ir guiando, meu filho.

Se você continuar guiando assim, eu desço.

Não desce não, que é você quem está guiando.

Boa noite.

Feliz Natal.

Me passa o celular.

Próspero Ano Novo!

Tem um Engov aí? Aliás, me dá dois.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

O bar do momento

O bar do momento é igual a todo bar do momento: caro, muita gente na porta, “gente bonita”, todos sorridentes por estar ali naquele seleto local.

Agora, algumas verdades de bastidores:

1. Caro: se perguntar na porta, é R$ 80 para homem e R$ 10 para mulher. Seco (ou seja, só a entrada, sem consumação). Acontece que isso é feito para que se chame o promoter e jogue o xaveco. Aí ele faz o desconto para você.

Como isso é feito:
1º Ele olha quantas mulheres bonitas você está trazendo.
2º Ele vê o quanto você tem potencial de gastar lá dentro.
3º Ele vai negociar e se mostrar como se estivesse sendo seu “amigão” e diz baixinho para a moça dos cartões de consumação que faça por R$ 40 de entrada para o camarada ali.

Na verdade, quem chora mesmo entra VIP ou paga R$ 10 de consumação. O bar é como qualquer outro.

Mas o cara entra lá feliz e esnobe, como se tivesse ganhado uma baita vantagem. É como diz o ditado: todo mané é, antes de tudo, um aspirante a malandro.

2. Gente bonita: é a galera de sempre.
Os homens: bombados, com cabelo arrepiado, óculos escuros (mesmo de noite) e roupa de grife que finge ser descolada – repetindo a tradicional calça jeans-camiseta-tênis.

As mulheres: maquiadas, com decote (muitas com silicone), salto alto e saia justíssima. Ah, sim. A fantasia de colegial também é muito usada.

Todo mundo é muito alto. Baixinhos não têm vez, a não ser que façam o estilo “sou o mais animado da festa”.

3. Todos sorridentes: Antes era de lei fazer o esquenta, ou seja, tomar umas cervejas ou vodkas antes da balada. Hoje a regra é tomar uma bala (ecstasy) até para ir no bar do momento. Logo, as pessoas estão felizes. E nesse caso o bar não faz tanta diferença.

4. Seleto local: O seleto local é o bar do momento que, como eu disse, é como todo bar do momento, sem nenhum diferencial. Sempre tem: a parte de mesas ao ar livre, a pistinha próxima do DJ, a música eletrônica, o chopp e o tamanho é até parecido. A decoração muda um pouco, mas muito pouco. Alguns bares “do momento”, em diferentes momentos: Montecristo; Base Bar; Vila Isabel; Notre Dame; e atualmente, o Gretta.

terça-feira, dezembro 19, 2006

O amigo de balada

Agora tá 60 homem e 10 mulher, diz o cara. Ele estava brigando com o meu amigo. Porra, véio. Eu disse que era R$ 10 de consuma às 4 da tarde. Agora, às 11 da noite, olha como tá lotado. E você nem fila quer pegar.

Meu amigo, experiente em baladas, continuava a conversar na porta. E eu, que nem queria ir, só toparia se fosse VIP 00. Já conheço de longa data os promoters...e o meu amigo.

Os promoters fazem esse favor de botar meu amigo na faixa porque ele conhece todo mundo. Quando meu amigo está trabalhando – seja de promoter, barman ou manobrista – sempre dá um jeitinho. E espera que os outros façam isso também.

E eu? Onde entro nessa história? Com o carro.

Meu amigo ganha, com eventos, o mesmo que eu...sem nunca ter feito faculdade e sem trabalhar todos os dias. Não gasta um barão sequer, nem com comida, bebida ou viagem. E, mesmo assim, não tem carro. Quando pensa em ir para uma balada, me chama para não ter que pegar táxi ou ônibus – sim, ônibus, porque ele costuma sair às 5h ou 6h.

Lógico que ele não diz isso. Você é meu brother, diz ele, que hoje já fala pros outros que está de carona comigo.

Então eu sou um trouxa? Um capacho? Não. Eu também sempre tive minha compensação: entrei em várias baladas sem pagar, muitas delas com open bar. Em algumas, tive até o luxo de levar amigos e entrar no melhor esquema de celebridade – daquelas que não pegam fila, não pagam entrada e recebem whisky na mão sem precisar ir ao bar.

Ou seja, é uma amizade de interesses? À primeira vista, sim. E eu me sentia incomodado com isso.

Depois percebi que essa não era maior relação. Afinal, em muitas dessas baladas eu pagaria numa boa para entrar. Em outras, não pagaria e não faria nenhuma questão de conhecer.

Aí descobri o outro lado: o fato é que ele sempre foi o cara que me chamou para as baladas. Isso, em uma fase da minha vida, fez muita diferença. Pelo menos eu estava saindo com um amigo: um cara legal, que já me botou em muita enrascada, mas que acaba gerando aquelas situações inusitadas...daquelas que poderemos contar para os nossos netos.

Então tem esse lance de amizade mesmo. É um amigo de balada, uma opção para sair a qualquer dia e qualquer hora. Basta lembrar que muitos que se dizem meus amigos não me ligam, furam as baladas em cima da hora, ou se esquecem completamente.

Aí lá vou eu ligar para ele em cima da hora, assim como ele liga para mim. Acho que nos damos bem porque somos ponta firme, aqueles que se pode ligar a qualquer hora.

Falarei mais sobre ele em outras partes. Mas acho que por hoje já está suficiente.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Back to baladas

Esse blog definitivamente deixou de ser o das baladas.
Está meio filosófico, meio literário, meio jornalístico...sei lá.
Ficou meio sem cara...ou melhor, a minha cara.

Como pouco lêem (e eu também não divulgo) isso aqui virou uma espécie de recordação dos textos que escrevo ao acaso. E há outros que deixei de escrever, como no caso da viagem para a Argentina e, de quebra, para o Uruguai.

Também não contei de minha viagem para Ubatuba no feriado.
Tampouco falei do camping e das outras coisas que tenho feito.
Mas talvez tudo isso ninguém queira saber....e nem eu mesmo acho graça em contar por escrito.

Não devo falar nada de meu Natal.
Nem do ano novo.
São festas e, espero, boas festas.

De qualquer forma, vou voltar um pouco a essa história de baladas nos meus próximos textos.

Forasteiros
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