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terça-feira, julho 19, 2005

Jogo dos Sete Erros

Erro 1:
Seguimos para o albergue
Mas resolvemos ouvir a dica de todos: caminhar por lugares com bastante gente, não isolados. Foi a minha desgraça.

Erro 2:
Os dois ingleses na minha frente tentaram passar por um lugar cheio de gente, legítima muvuca.
Olhei para as pessoas e bateu um certo medo. Foi o tempo de avisar.
"Faster, please. Here is dangerous", sussurrei no ouvido da inglesa. Não devia ter falado em inglês. Já tenho cara de gringo. Foi só a dica.

Erro 3:
Quase ao mesmo tempo, um molque passava a mão na minha bunda.
Devia ter uns 8 anos. Senti o quanto era magro e frágil na hora que peguei seu braço.
Quase como um pai bravo, já gritei na hora. "Devolve essa carteira, moleque".
Não deveria ter gritado. Isso fez com que os outros vissem tudo.

Erro 4:
Aí é que a muvuca se formou. Um empurra-empurra.
Eu devia saber que um garoto nunca age sozinho.
Erro da imprudência.

Erro 5:
Tentei então dialogar, em bom e claro português.
"Leva o dinheiro. Deixa a carteira". Todo mundo se fez de desentendido.
Olhando pra cima...parecia aqueles caras de desenho animado.
Perdi tempo tentando dialogar e tirando os olhos da carteira, que sumiu.

Erro 6:
Vi o guarda uns 10 metros a frente. Corri até ele.
Mal olhei pra trás. A muvuca escondeu o garoto e todos os que o ajudaram.

Erro 7:
- Seu Guarda, aqueles ali roubaram minha carteira
- E daí? E eu com isso?
Ali percebi que nada seria feito.
No Pelourinho, tem um guarda em cada esquina.
Para você se sentir seguro. Não significa que você esteja.
Confiar na polícia foi meu erro, e do qual eu mais me arrependo.

segunda-feira, julho 11, 2005

Noite em Salvador (parte I)

Noite quente,
Clima contente,
Música ao vivo
Final surpreendente.

Cenário é o mesmo
Muda-se o ato
Como numa peça
Ao vivo um teatro

Hora pra outra,
começa a chover.
Todos pra dentro
do bar a feder.

Como o cara do canto,
que fede a cachaça.
E me chama de lado,
Falando sem graça

Minha missão.
Dar um recado.
Pedindo desculpas
Pra moça do lado.

Lá está ela,
no meio das quatro.
Encosto em seu ombro
Com todo cuidado

Do nada ela vira,
E grita bem forte.
Uma bronca daquelas
Sem motivo ou sorte

Estava cansada
Com ar absorto
Reclama de todos
Tocando em seu corpo

Não foram ruins
Não passaram a mão
Só tocavam em seu braço
Pra chamar atenção

Nada de mais,
Comum no Brasil,
Xaveco de bêbado,
Se achando viril.

Mas não era a dela
Irlandesa irritada
Conhecia agora
O Brasil-balada.

Choque cultural.
Ainda que azedo
Bar regado de homem.
Maioria de bêbado.

Foram embora.
Fui logo mais.
Quando vi que era hora
Perigo demais.

Chamei dois ingleses.
Que estavam comigo.
Pagamos a conta.
E seguimos pro abrigo.

Não era tão tarde,
Mas já não era pouco
Alê, "gringo" sóbrio,
numa terra de louco.

To be continued.

Forasteiros
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