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segunda-feira, abril 13, 2009

Era o décimo copo.
Pela primeira vez vira a melancolia,
não como um traço de tristeza sem sentido,
mas como um sintoma de angústia e perda.

Encarava aqueles olhos vazios
que há pouco ficaram cegos.
Em outras épocas, cegos de desejo,
de amor, de raiva, e agora,
eram tão somente de morte.

E diante desse confronto melancólico,
viu-se naquele olho como num espelho.
em seu caráter duro, turvo, escuro e lacrimejante.

E percebeu então que a melancolia nada mais era
do que ele, refletido de fato num espelho.
Mas em pedaços pelo vidro estilhaçado do copo.
Um décimo de copo.

sexta-feira, abril 03, 2009

Ontem

A depressão me esperou na porta.
E me trancou no quarto.
Fiquei sem saída.

Se saísse, me encontraria com ela.
Ficando, ouviria seus argumentos lógicos irrefutáveis.
E se pulasse a janela, bem, estou num prédio.

Então, toquei violão.
Mas o som lembrava que as cordas estavam sendo arranhadas.
Assim como um dia fora arranhado o meu coração desafinado.

Então, resolvi ler.
Um. Dois. Três livros se acumularam em minha cabeceira.
Todos pela metade,
Duráveis e esquecíveis como um comercial de 30 segundos.

Então, resolvi entrar no PC.
No MSN, alguns online, mas ninguém em linha com minha vida.
No Orkut, todos sorrindo, na pose pra foto e dos kkks alheios.
Mas faz tempo que não faço mais kkk e não vi motivo pra isso.

Então, resolvi dormir.
E a depressão tratou de ajudar.
Com as canções de ninar.

Hoje tenho sono,
Foi uma noite mal dormida.
Dentro de uma vida mal vivida.

Forasteiros
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