segunda-feira, janeiro 17, 2005
Uma Noite aí...
(Tipo I)
Cinco e tantas da manhã. A lua deitou numa nuvem para um cochilo rápido. Tranqüilidade no modo “cidade”. O cachorro latindo no portão, a rua úmida pela garoa, e o som abafado chegando de barzinhos próximos, com cadeiras empilhadas para espantar últimos notívagos.
Ladrões gastam seus últimos tostões recém-adquiridos, enquanto na DP, os policiais vêem o final do Corujão. Ninguém que perdeu o dinheiro quis perder também tempo com denúncias. De problema, só a velha que, pelo telefone, fala do caos-baderna-orgia-pardiero que é aquela “maldita” festinha. Afinal, eram sete pessoas tomando breja na casa ao lado.
Carros passam em alta velocidade. Nas ruas largas, motoristas descontam o tempo perdido com a mina que não tava afim de nada senão uma carona. Outros, capotando de sono, aceleram para chegar rápido às suas amadas camas. Isto, claro, se conseguirem se livrar do sermão da mãe que, lá da cama, grita “isso são horas de chegar?”.
É só mais uma noite. Uma noite qualquer. Acontece.
(Tipo I)
Cinco e tantas da manhã. A lua deitou numa nuvem para um cochilo rápido. Tranqüilidade no modo “cidade”. O cachorro latindo no portão, a rua úmida pela garoa, e o som abafado chegando de barzinhos próximos, com cadeiras empilhadas para espantar últimos notívagos.
Ladrões gastam seus últimos tostões recém-adquiridos, enquanto na DP, os policiais vêem o final do Corujão. Ninguém que perdeu o dinheiro quis perder também tempo com denúncias. De problema, só a velha que, pelo telefone, fala do caos-baderna-orgia-pardiero que é aquela “maldita” festinha. Afinal, eram sete pessoas tomando breja na casa ao lado.
Carros passam em alta velocidade. Nas ruas largas, motoristas descontam o tempo perdido com a mina que não tava afim de nada senão uma carona. Outros, capotando de sono, aceleram para chegar rápido às suas amadas camas. Isto, claro, se conseguirem se livrar do sermão da mãe que, lá da cama, grita “isso são horas de chegar?”.
É só mais uma noite. Uma noite qualquer. Acontece.
terça-feira, janeiro 04, 2005
Bastidores da não-notícia
Todas as informações no site do exterior. Até o manual. Só falta foto, que tem de ser em alta resolução. Ligo pra Assessoria no Brasil. Está de férias. Deixo recado. Mando e-mail para a assessoria no exterior. Nenhum retorno, nem da brasileira, nem do exterior.
Agora pouco consegui falar com a assessora.
- Recebi o recado. Não te retornei porque não tenho resposta do exterior.
- Como você tava de férias, mandei um e-mail pra lá. Tudo bem?
- Deu na mesma. Eles me encaminharam seu e-mail.
- E aí, eles vão mandar a foto?
- É provável que não.
- Por que?
- Porque o produto não foi lançado aqui. Eu nem sabia que existia lá fora.
- Mas tá no site. E eu vou falar que só foi lançado lá fora. Já colhi as informações. Só preciso de foto...
- Mas isso pode atrapalhar as estratégias de marketing para o lançamento do produto no Brasil.
- Como assim? Eu não posso então falar sobre o produto?
- Me falaram pra oferecer o telefone que estamos lançando. Quer a foto? Recebeu o release?
- O telefone foi lançado há dois meses. Mas por que não posso falar sobre o produto? Vou atrapalhar no que? Eu tô é ajudando a divulgar o produto.
- Não é bom divulgar enquanto não tem no Brasil. Aí o consumidor se interessa e vem pedir na loja.
- Mas isso não é bom?
- Não, porque pode ter problema na importação. Demora muito e o consumidor pode ficar irritado.
- Se não fosse pra ele saber, não seria publicado no site. O consumidor de vocês tem dinheiro e internet. Pode
entrar lá e ver.
- É. Mas essa divulgação antes da hora gera demanda na hora errada. Quando o produto chegar no
Brasil, o pessoal já vai ter esquecido.
- Ué. Se o produto for bom, todo mundo vai dar notícia.
- Não os meios de comunicação que meu cliente quer. Especializada sempre fala da gente. Mas a Veja e o Valor só publicam se for com exclusividade.
- Mas eles já te pediram esse produto?
- Não.
- Então vocês vão deixar de publicar na revista já contando que Veja ou Valor vão pedir o produto?
- Pode ser que eles não peçam. Mas aí a gente oferece e ainda dá este diferencial, de que não saiu em lugar nenhum. E se não sair, aí a gente passa pra você, ok? Beijo.
E desliga o telefone.
Todas as informações no site do exterior. Até o manual. Só falta foto, que tem de ser em alta resolução. Ligo pra Assessoria no Brasil. Está de férias. Deixo recado. Mando e-mail para a assessoria no exterior. Nenhum retorno, nem da brasileira, nem do exterior.
Agora pouco consegui falar com a assessora.
- Recebi o recado. Não te retornei porque não tenho resposta do exterior.
- Como você tava de férias, mandei um e-mail pra lá. Tudo bem?
- Deu na mesma. Eles me encaminharam seu e-mail.
- E aí, eles vão mandar a foto?
- É provável que não.
- Por que?
- Porque o produto não foi lançado aqui. Eu nem sabia que existia lá fora.
- Mas tá no site. E eu vou falar que só foi lançado lá fora. Já colhi as informações. Só preciso de foto...
- Mas isso pode atrapalhar as estratégias de marketing para o lançamento do produto no Brasil.
- Como assim? Eu não posso então falar sobre o produto?
- Me falaram pra oferecer o telefone que estamos lançando. Quer a foto? Recebeu o release?
- O telefone foi lançado há dois meses. Mas por que não posso falar sobre o produto? Vou atrapalhar no que? Eu tô é ajudando a divulgar o produto.
- Não é bom divulgar enquanto não tem no Brasil. Aí o consumidor se interessa e vem pedir na loja.
- Mas isso não é bom?
- Não, porque pode ter problema na importação. Demora muito e o consumidor pode ficar irritado.
- Se não fosse pra ele saber, não seria publicado no site. O consumidor de vocês tem dinheiro e internet. Pode
entrar lá e ver.
- É. Mas essa divulgação antes da hora gera demanda na hora errada. Quando o produto chegar no
Brasil, o pessoal já vai ter esquecido.
- Ué. Se o produto for bom, todo mundo vai dar notícia.
- Não os meios de comunicação que meu cliente quer. Especializada sempre fala da gente. Mas a Veja e o Valor só publicam se for com exclusividade.
- Mas eles já te pediram esse produto?
- Não.
- Então vocês vão deixar de publicar na revista já contando que Veja ou Valor vão pedir o produto?
- Pode ser que eles não peçam. Mas aí a gente oferece e ainda dá este diferencial, de que não saiu em lugar nenhum. E se não sair, aí a gente passa pra você, ok? Beijo.
E desliga o telefone.
forasteiros
