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quarta-feira, dezembro 31, 2008

Segue

Cá está o final de ano.
Uns olhando o futuro.
Outros fazendo retrospectiva.
Todos falando de ano, seja 2007 ou 2008.

Não quero pensar nisso.
Por isso, vou falar do presente.
Do hoje. Do agora.

Agora estou no banco.
Trabalho até às 12h. São 11h.
Estou escrevendo para passar o tempo.

Minha família. Segue unida.
Meu pai está voltando pra casa.
Dor no nervo ciático, pelo que parece.
Cancelei minha ida à praia.

Minha vida amorosa. Segue indecisa.
Estou namorando, mas não sei se ainda quero.
Enquanto isso, via email e à distância,
Ela briga comigo por besteira.

Meus amigos. Seguem casados.
Namorando. Com filhos ou não.
Mais um motivo pra eu pensar 2x.
Sobre minha vida afetiva e minha idade.

Meu trabalho. Segue no jornalismo.
Assessor. Funcionário público.
Praticamente o mesmo do qual pedi demissão.

Meu dinheiro. Segue na mesma.
Ganhei muito quando entrei para o Marketing.
Fui demitido. E tudo que ganhei, perdi com a Bolsa.
Entro em 2008 com a mesma quantia de 2007.
Financeiramente, é como se não tivesse vivido.

Minha saúde. Segue na mesma.
Um pouco mais gordo.
Mas um pouco mais forte.
Sem aparelho. E sem fôlego.

Minha felicidade. Segue indecisa.
Vai e volta, trazendo depressão ao lado.
Lembro do filme Linha de Passe.
E o 2008 termina como o final da história
















Segue em frente

terça-feira, dezembro 16, 2008

Gritos ao vento

Na Sé, vejo sempre uns carinhas gritando
Dizem coisas da Bíblia, do demônio, da vida.
Profetizam as suas verdades.
Eles têm algo a dizer.

Estão lá. Sozinhos.
Gritando pra ver se alguém os ouve.
Se alguém lhes dá um mínimo de atenção.
E ninguém dá a mínima.
Gritam ao vento.

Sinto que não tenho nada diferente deles.
Em cada pensamento, nenhum comentário.
Quando explico algo, pensam só que não estou falando
Coisa com coisa.

No trabalho e nas reuniões,
Todo silêncio e nenhuma atenção
Em cada um, só a vontade de levantar a mão, falar logo.
Discordar, mesmo que vá dizer o mesmo.

Nos bares, cada um fala do seu.
Eu isso, eu aquilo, eu, eu, eu.
Os problemas dos outros são logo esquecidos.
Porque sempre cada um precisa falar da sua vida.
E não há tempo a perder com os outros.

Se é assim com o falar, também o é com o escrever.
Os jornalistas de hoje escrevem.
Às vezes, até a verdade.
Mas os leitores já são donos demais da verdade
Para lhes dar qualquer atenção.

E os jornais voam com o vento
Que sopra em frente à catedral da Sé.

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Sentir sem sentido

Tantos anos do lado dela.
E agora ela me abandona desse jeito.
Era meu vô falando.
Minha vó tinha morrido.

Com uma simples frase
Ele me explicou tudo.
Que, de um jeito ou de outro,
A gente morre só.
Mesmo tendo vivido sempre do lado de alguém.

Por isso, não faz sentido procurar o amor.
E por ele não faz sentido viver.
Sempre vi a vida como um sentido único: nascimento/morte.
Amar tem o mesmo sentido e, como a vida, não faz o menor sentido.

Forasteiros
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