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terça-feira, dezembro 19, 2006

O amigo de balada

Agora tá 60 homem e 10 mulher, diz o cara. Ele estava brigando com o meu amigo. Porra, véio. Eu disse que era R$ 10 de consuma às 4 da tarde. Agora, às 11 da noite, olha como tá lotado. E você nem fila quer pegar.

Meu amigo, experiente em baladas, continuava a conversar na porta. E eu, que nem queria ir, só toparia se fosse VIP 00. Já conheço de longa data os promoters...e o meu amigo.

Os promoters fazem esse favor de botar meu amigo na faixa porque ele conhece todo mundo. Quando meu amigo está trabalhando – seja de promoter, barman ou manobrista – sempre dá um jeitinho. E espera que os outros façam isso também.

E eu? Onde entro nessa história? Com o carro.

Meu amigo ganha, com eventos, o mesmo que eu...sem nunca ter feito faculdade e sem trabalhar todos os dias. Não gasta um barão sequer, nem com comida, bebida ou viagem. E, mesmo assim, não tem carro. Quando pensa em ir para uma balada, me chama para não ter que pegar táxi ou ônibus – sim, ônibus, porque ele costuma sair às 5h ou 6h.

Lógico que ele não diz isso. Você é meu brother, diz ele, que hoje já fala pros outros que está de carona comigo.

Então eu sou um trouxa? Um capacho? Não. Eu também sempre tive minha compensação: entrei em várias baladas sem pagar, muitas delas com open bar. Em algumas, tive até o luxo de levar amigos e entrar no melhor esquema de celebridade – daquelas que não pegam fila, não pagam entrada e recebem whisky na mão sem precisar ir ao bar.

Ou seja, é uma amizade de interesses? À primeira vista, sim. E eu me sentia incomodado com isso.

Depois percebi que essa não era maior relação. Afinal, em muitas dessas baladas eu pagaria numa boa para entrar. Em outras, não pagaria e não faria nenhuma questão de conhecer.

Aí descobri o outro lado: o fato é que ele sempre foi o cara que me chamou para as baladas. Isso, em uma fase da minha vida, fez muita diferença. Pelo menos eu estava saindo com um amigo: um cara legal, que já me botou em muita enrascada, mas que acaba gerando aquelas situações inusitadas...daquelas que poderemos contar para os nossos netos.

Então tem esse lance de amizade mesmo. É um amigo de balada, uma opção para sair a qualquer dia e qualquer hora. Basta lembrar que muitos que se dizem meus amigos não me ligam, furam as baladas em cima da hora, ou se esquecem completamente.

Aí lá vou eu ligar para ele em cima da hora, assim como ele liga para mim. Acho que nos damos bem porque somos ponta firme, aqueles que se pode ligar a qualquer hora.

Falarei mais sobre ele em outras partes. Mas acho que por hoje já está suficiente.

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