terça-feira, dezembro 16, 2008
Gritos ao vento
Na Sé, vejo sempre uns carinhas gritando
Dizem coisas da Bíblia, do demônio, da vida.
Profetizam as suas verdades.
Eles têm algo a dizer.
Estão lá. Sozinhos.
Gritando pra ver se alguém os ouve.
Se alguém lhes dá um mínimo de atenção.
E ninguém dá a mínima.
Gritam ao vento.
Sinto que não tenho nada diferente deles.
Em cada pensamento, nenhum comentário.
Quando explico algo, pensam só que não estou falando
Coisa com coisa.
No trabalho e nas reuniões,
Todo silêncio e nenhuma atenção
Em cada um, só a vontade de levantar a mão, falar logo.
Discordar, mesmo que vá dizer o mesmo.
Nos bares, cada um fala do seu.
Eu isso, eu aquilo, eu, eu, eu.
Os problemas dos outros são logo esquecidos.
Porque sempre cada um precisa falar da sua vida.
E não há tempo a perder com os outros.
Se é assim com o falar, também o é com o escrever.
Os jornalistas de hoje escrevem.
Às vezes, até a verdade.
Mas os leitores já são donos demais da verdade
Para lhes dar qualquer atenção.
E os jornais voam com o vento
Que sopra em frente à catedral da Sé.
Na Sé, vejo sempre uns carinhas gritando
Dizem coisas da Bíblia, do demônio, da vida.
Profetizam as suas verdades.
Eles têm algo a dizer.
Estão lá. Sozinhos.
Gritando pra ver se alguém os ouve.
Se alguém lhes dá um mínimo de atenção.
E ninguém dá a mínima.
Gritam ao vento.
Sinto que não tenho nada diferente deles.
Em cada pensamento, nenhum comentário.
Quando explico algo, pensam só que não estou falando
Coisa com coisa.
No trabalho e nas reuniões,
Todo silêncio e nenhuma atenção
Em cada um, só a vontade de levantar a mão, falar logo.
Discordar, mesmo que vá dizer o mesmo.
Nos bares, cada um fala do seu.
Eu isso, eu aquilo, eu, eu, eu.
Os problemas dos outros são logo esquecidos.
Porque sempre cada um precisa falar da sua vida.
E não há tempo a perder com os outros.
Se é assim com o falar, também o é com o escrever.
Os jornalistas de hoje escrevem.
Às vezes, até a verdade.
Mas os leitores já são donos demais da verdade
Para lhes dar qualquer atenção.
E os jornais voam com o vento
Que sopra em frente à catedral da Sé.
Comments:
é que algumas pessoas falam essa língua do vento que poucos veêm, mas o pior é que agora nem mais as paredes têm ouvido... o que está na moda é um bom umbigo... com ou sem piercing!
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