.comment-link {margin-left:.6em;} <$BlogRSDURL$>

quarta-feira, novembro 18, 2009

Da não-atualização

Mais cedo ou mais tarde,
chega um momento em que falar
ou ficar calado é a mesma coisa.
Então é melhor ficar calado.
(Alfredo, em "Cinema Paradiso")

segunda-feira, outubro 05, 2009

Convinte aos trinta

Viu que deveria ir embora.
Não era nem meia noite.
Já ficara ausente antes de sair
Conforme
Passou o tempo.

O papo ficara igual.
A cerveja, o mesmo gosto.
Tudo lhe enfastiava.
Com forma
de pança.

Nenhum prazer no sorriso.
Nem ânimo pra falar.
De novo no bar
Com fome
de vida.

Percebeu que mudou a fase.
Viu jovens mal formados.
E se viu informado
Conformado
aos trinta.

terça-feira, agosto 11, 2009

Velho hábito

Por mais que faça academia,
Que coma bem,
Que estude,
E trabalhe,
E que me comporte,
Como um bom moço,
De família,
A boêmia me persegue,
Como uma amante,
Briguenta,
Que me encanta e me estraga.
Notívago,
Nunca dormi cedo,
Mesmo que tivesse que.
Bocejo,
Tomo outro gole,
Ouço outra música,
Escrevo,
Não me satisfaço,
Sinto o vazio da noite,
Como se a lua,
Inabitada,
Fosse o que de fato existisse dentro do peito,
E o papel em branco,
Me serve de ouvido,
Meu amigo imaginário.
Lá se vai outra noite.
Lá se vai outro dia.
E o velho hábito,
Continua...

segunda-feira, junho 22, 2009

Letra

Desde quando Lilly Allen lançou, anos atrás, eu pensei em publicar.
Não sei porque não fiz. Ótima letra, ironizando os tempos modernos.

The Fear
I wanna be rich and I want lots of money
I don't care about clever I don't care about funny
I want loads of clothes and fuckloads of diamonds
I heard people die while they are trying to find them

I'll take my clothes off and it will be shameless
Cause everyone knows that's how you get famous
I'll look at the sun and I'll look in the mirror
I'm on the right track yeah I'm on to a winner

I don't know what's right and what's real anymore
I don't know how I'm meant to feel anymore
When we think it will all become clear?
Cause I'm being taken over by The Fear

Life´s about film stars and less about mothers
It's all about fast cars and cussing each other
But it doesn't matter cause I'm packing plastic
and that's what makes my life so fucking fantastic

I am a weapon of massive consumption
It's not my fault it's how I'm program to function
I'll look at the sun and I'll look in the mirror
I'm on the right track yeah I'm on to a winner

I don't know what's right and what's real anymore
I don't know how I'm meant to feel anymore
When we think it will all become clear?
Cause I'm being taken over by The Fear

Forget about guns and forget ammunition
Cause I'm killing them all on my own little mission
Now I'm not a saint but I'm not a sinner
And everything is cool as long as I'm getting thinner

I don't know what's right and what's real anymore
I don't know how I'm meant to feel anymore
When we think it will all become clear?
Cause I'm being taken over by fear

terça-feira, maio 26, 2009

Filosofia sobre o amor eterno

Gostava das aulas de crisma, porque falavam mais de filosofia do que da catequese pura e simples. Lembro até hoje de uma aula em que o monitor questionava: e se não existissem o céu e o inferno?

Para ele, havia somente a eternidade. O céu/inferno estava em viver essa eternidade com o peso leve/insuportável de sua própria consciência.

Penso nisso quando me falam de amor. Quem diz que ele não é eterno nunca o viveu. Porque mesmo quando o relacionamento acaba, ficam as lembranças, até a eternidade.

Pode ser que esqueçamos delas no dia-a-dia, mas sempre seremos lembrados por trechos de paisagens, perfumes, músicas, gostos e até na maciez de uma brisa noturna de verão. Não por acaso, sentidos e sentimentos são palavras tão parecidas.

E esses sentidos que despertam sentimentos, eternos, têm o poder de transformar aquele breve momento de saudade/vida num céu ou num inferno, simbolizado por suspiros e sorrisos, ou pontadas de dor e lágrimas.

O amor, pra mim, é a plena existência de ceu e inferno dentro de alguns momentos sentidos. Já os vivi. Hoje prefiro ficar morto, no limbo. E começo a aceitar a idéia de viver assim por toda a eternidade.

segunda-feira, abril 13, 2009

Era o décimo copo.
Pela primeira vez vira a melancolia,
não como um traço de tristeza sem sentido,
mas como um sintoma de angústia e perda.

Encarava aqueles olhos vazios
que há pouco ficaram cegos.
Em outras épocas, cegos de desejo,
de amor, de raiva, e agora,
eram tão somente de morte.

E diante desse confronto melancólico,
viu-se naquele olho como num espelho.
em seu caráter duro, turvo, escuro e lacrimejante.

E percebeu então que a melancolia nada mais era
do que ele, refletido de fato num espelho.
Mas em pedaços pelo vidro estilhaçado do copo.
Um décimo de copo.

sexta-feira, abril 03, 2009

Ontem

A depressão me esperou na porta.
E me trancou no quarto.
Fiquei sem saída.

Se saísse, me encontraria com ela.
Ficando, ouviria seus argumentos lógicos irrefutáveis.
E se pulasse a janela, bem, estou num prédio.

Então, toquei violão.
Mas o som lembrava que as cordas estavam sendo arranhadas.
Assim como um dia fora arranhado o meu coração desafinado.

Então, resolvi ler.
Um. Dois. Três livros se acumularam em minha cabeceira.
Todos pela metade,
Duráveis e esquecíveis como um comercial de 30 segundos.

Então, resolvi entrar no PC.
No MSN, alguns online, mas ninguém em linha com minha vida.
No Orkut, todos sorrindo, na pose pra foto e dos kkks alheios.
Mas faz tempo que não faço mais kkk e não vi motivo pra isso.

Então, resolvi dormir.
E a depressão tratou de ajudar.
Com as canções de ninar.

Hoje tenho sono,
Foi uma noite mal dormida.
Dentro de uma vida mal vivida.

Forasteiros
forasteiros

This page is powered by Blogger. Isn't yours?